sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Um minuto de silêncio

Um minuto de silêncio.
Tem 8 dias que uma grande amiga morreu.
Uma amiga minha há mais de vinte anos.
De repente, infarto.
Depois refleti, sobre muita coisa na minha vida e nas nossas vidas. O que vivi com ela.
Vamos chamá-la de A, inicial do nome dela.
Tínhamos quase a mesma idade: eu 27 ela 28.
Sempre que ela me apresentava a alguém ela dizia: Esta é a G, ela me carregou no colo um dia que eu torci o pé. Eu era domme/protetora desde muito nova.
A gente passava trote juntas e o povo ligava de volta pois tinha bina...
Fazíamos muita coisa juntas: eu, ela e sua irmã, a C.
Tentávamos matar aula juntas, elas eram pegas pela diretora, eu não, pois era de outro colégio.
Eu era tida como a má influência, mas no fundo as duas também eram péssima influência de acordo com os padrões hipócritas de nossa sociedade.
Primeiro beijo, primeiro namorado, fumar escondida.
A A me apresentou Legião Urbana, não tive coragem de ouvir, desde sua morte para não me debulhar em mais lágrimas.
Ela faz muita falta, apesar de toda vez que ela falava, G, vem aqui em casa, vamos sair, eu dizia que não tinha tempo. Mas tive tempo para velar sobre seu corpo.
Havia algum tempo que eu me distanciei da minha infância e de todas lembranças dela, ou seja, eu e a A voltávamos a nos falar a pouco tempo. Isto não significava que eu havia deixado de amá-la neste período. Apenas meu corpo estava distante assim como minha voz, mas meu coração jamais.
O que eu refleti: vou correr atrás de todo mundo que eu amo, isto inclui ir ao Rio para ver a Fê, uma amiga de muitos anos que retorna hoje ao Brasil, e assim que eu conseguir respirar: sampa, ver a V e as delícias do fet de lá, por delícias entendam amigas e POA, apenas Rhamona, não vou viajar exclusivamente para tal. Mas vou mudar minha rota e aproveitar cada momento para me deliciar, para não me arrepender e poder viver melhor comigo mesma.
Devaneios, dor, muita dor, estes também são motivos de eu estar gripada e de cama estes dias, cabeça ruim = o corpo reclama ,não é?
Um dos motivos de eu ter parado de postar qualquer foto, sem tesão.
É muita dor, física e emocional.
Tenho vida fora do fetlife e como tenho, mas isto não diminui a importância que as pessoas aqui já possuem na minha vida, em geral as meninas, acho que esta casa da V é o que tem de mais importante hoje no fet para mim.
A, como sinto sua falta, vc me ensinando palavras novas, delatar, acho que foi você que me ensinou quando eu era criança, correr na sua casa, andar de patins escondido da minha mãe, eu vendia bijouterias para você, umas pulseirinhas feitas de fio de telefone. Cada coisa que a gente inventava.
Você é tão linda, não consigo me lembrar do seu rosto no caixão, mesmo lá, vc estava linda e com aquela maquiagem leve, batom, pele uniforme, lápis de olhos e bastante rímel, sua boca era linda.
Vou me lembrar de você, na porta da sua casa, eu passando para ver você, você se arrumando para ver seu namorado, ou buscar alguma coisa nos correios. Sempre arrumada, independente.
Uma mulher com dois cursos superiores que optou por ter uma empresa de estética especializada em manicure/pedicure.
Quando escrevo hoje, nem choro mais, acho que aceitei melhor sua perda. Mas vou continuar acalentando seus pais, irmã e sobrinha.
Adieu ma grande amie A, Je t'aime et Je vais t'aimer pour toutes mes vies ...

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